NAÇÃO, PAÍS MODERNO E POVO SAUDÁVEL: política de combate à lepra no Piauí

Autores

Antonia Valtéria Melo Alvarenga
Universidade Estadual do Piauí / Universidade Estadual do Maranhão
https://orcid.org/0000-0002-5684-6473
Palavras-chave: Hanseníase; Políticas Públicas de Saúde; História; Modernidade.

Sinopse

No Piauí, a lepra teve como ambiente nuclear de controle a Colônia do Carpina, instituição criada no município de Parnaíba no início da década de 30, do século XX, para agregar os doentes daquele município. Apenas em 1939, esse leprosário tornou-se, oficialmente, o asilo de  leprosos do Estado. Para esse espaço, as atenções dessa pesquisa foram voltadas. Definiu-se como objetivos específicos dessa pesquisa: identificar as condições de saúde  da população piauiense  na Primeira República; discutir  o processo de institucionalização das políticas de saúde no Piauí; relacionar a política de isolamento compulsório dos portadores de lepra com os ideais modernizantes em voga no país e, por fim, analisar como os acometidos pelo bacilo de Hansen e seus familiares desenvolveram a experiência de sujeitos atingidos, física e/ ou culturalmente pela lepra nas relações de forças que  modelam a sociedade piauiense. A orientação teórico-metodológica seguida buscou fundamentos na  recente produção existente no campo da História das Políticas Públicas de Saúde a partir  dos trabalhos de pesquisadores de reconhecimento nesse campo, tanto em nível nacional como internacional. As fontes foram as mais variadas. Trabalhou-se com documentos escritos oficiais, com produções jornalísticas, documentários em mídia, fotos, prontuário dos doentes e  relatos orais. O texto final foi organizado em quatro capítulos, conforme  estão apresentados  a seguir.O primeiro capitulo tem como título: Centralização política  e ações  de saúde    no sertão piauiense. Nele realizou-se a análise da  situação médico-sanitária do Piauí durante a Primeira República, com o propósito  de compreender quais eram as condições de saúde da sociedade piauiense no inicio do século XX . O segundo capitulo: Controle e combate  à lepra  no contexto de institucionalização   das políticas  de higienização  e saúde no Piauí  teve como objetivo realizar análises do processo de  institucionalização das políticas médicas e sanitárias do Piauí no contexto de  modernização da sociedade e centralização do Estado brasileiro. Nele, procurou-se avaliar como o controle e o combate à lepra foram inseridos nesse processo. O terceiro capítulo: Um leprosário no Piauí: Parnaíba acolhe a modernidade teve  como finalidade  analisar  como a  política de controle e combate à  lepra  no Brasil  foi  incorporada pela sociedade piauiense. O quarto capítulo: “Hanseníase tem cura: remova essa mancha de sua vida”  teve  como objetivo  discutir as permanências e  mudanças na vida dos ex-internos da Colônia do Carpina. Finalmente,  apresentou-se  a narrativa  de vida  desses sujeitos a partir  da descoberta  da doença e da  decisão  voluntária ou não  de internamento na Colônia do Carpina. A metodologia utilizada para a análise das falas  dos entrevistados baseou-se na  organização de núcleos que   orientaram  a comunicação da experiência narrada.  As análises das entrevistas e depoimentos  levaram  aos seguintes  temas  e suas variáveis: doença: diagnóstico, caráter  sobrenatural da doença, discriminação; internação: estigma,  solidão,  expectativa de alta e reinternação; trabalho: interrupção, impossibilidade; compensação; família: apoio,dificuldade de afeição; desagregação familiar, desprezo; colônia: sofrimento, receptividade,  solidariedade e sociabilidades; desospitalização: discriminação, reparação moral e material; Situação atual: pobreza, vícios, responsabilidade social (benefícios).

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Publicado
julho 27, 2022
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