Endêmicas e Infectocontagiosas: panorama epidemiológico da tuberculose e hanseníase no município de Parnaíba-PI, 2017-2021

Este livro é uma produção do projeto de extensão “Informação para a Ação: Comunicação em Saúde como Estratégia de Enfrentamento às Doenças e Agravos de Notificação Compulsória no Município de Parnaíba-PI”, resultado da união entre a Universidade Estadual do Piauí, Vigilância Epidemiológica e programa PNVS-Comunidade do Ministério da Saúde, que apresenta os Boletins Epidemiológicos de Tuberculose (TB) e Hanseníase. Tem como objetivo realizar uma análise da situação de saúde do município de Parnaíba-PI entre os anos de 2017 - 2021 acerca dos principais indicadores epidemiológicos e operacionais dessas doenças, assim como promover o conhecimento e a aplicação prática dos conteúdos epidemiológicos no enfrentamento dos agravos, e auxiliar no planejamento e gestão em saúde. A partir dos dados apresentados no Boletim Epidemiológico de Tuberculose, observou-se que o perfil epidemiológico dos pacientes com TB no município são predominantemente homens, pardos, de 20 a 35 anos. Percebeu-se uma estabilidade na incidência de TB em Parnaíba no período analisado. No entanto, a partir de 2018, evidenciou-se aumento da taxa de abandono do tratamento, quando comparado ao ano de 2017, e crescimento na taxa de mortalidade e de letalidade a partir de 2020, acompanhada da diminuição da realização de exames diagnósticos. Os dados apresentados indicaram expressiva diminuição da taxa de cura a partir de 2019 em Parnaíba, no qual o percentual do Tratamento Diretamente Observado (TDO) vem decaindo desde 2017 com intensificação da redução a partir do início da pandemia de COVID-19. Por meio dos dados obtidos do Boletim Epidemiológico de Hanseníase, observou-se um significativo crescimento na taxa de detecção da Hanseníase em Parnaíba no período estudado. Apesar disso, é possível visualizar em Parnaíba uma alta proporção de contatos examinados e de cura, possuindo um valor médio próximo aos 90% nos anos analisados na coorte. Contudo, destaca-se um crescimento considerável nas taxas de grau 2 de incapacidade de 2017 a 2021. Com isso, é importante salientar o fortalecimento das ações da vigilância epidemiológica do município de Parnaíba junto aos serviços de saúde, no que tange as ações que promovam a realização da busca ativa de sintomáticos respiratórios, diagnóstico precoce, tratamento oportuno, prevenção e educação em saúde para o combate à TB. Além disso, quanto aos casos de Hanseníase, o aumento pode ser atribuído à melhoria da capacidade de detecção e a realização de campanhas de esclarecimento público sobre a doença, com necessidade de continuidade de ações na prevenção do contágio e no controle da doença.