A liberdade de crença e a intolerância religiosa
Sinopse
Esta cartilha é fruto das atividades desenvolvidas pelo Programa Bolsa Extensão Universitária da Universidade Estadual do Piauí (PIBEU/UESPI), intitulado “ESPERANÇA GARCIA: perspectivas interseccionais, críticas e libertadoras na Educação em e para Direitos Humanos”, e coordenado pelo Prof. Me. Elvis Gomes Marques Filho. O objetivo geral deste projeto consiste em promover ações extensionistas pautadas no campo da Educação em e para os Direitos Humanos, tendo em vista a essencialidade de uma educação interdisciplinar, crítica e libertadora voltada para a análise dos direitos humanos e fundamentais, empoderamento e conscientização destes, considerando os processos de subjetivação, a interculturalidade e a diversidade cultural, os movimentos e as redes sociais, a inclusão social, a democracia e a cidadania. Quanto à metodologia, este PIBEU foi desenvolvido através da compreensão dos contextos sociais dos participantes, construindo alternativas humanistas, através de diálogos críticos e estimuladores sobre Educação em e para Direitos Humanos, para formação integral da população alvo. Por intermédio de uma linguagem lúdica e acessível, esta cartilha aborda a necessidade de discutir o conceito de intolerância religiosa, bem como as consequências sociojurídicas das violações ao direito humano e fundamental à liberdade de expressão religiosa. Enquanto desmembramento do PIBEU, esta cartilha surgiu do impasse gerado por alguns discentes do campus Professor Barros Araújo, diante da promoção de um evento de extensão com a União Umbandista de Picos, por este mesmo projeto, na qual se abordaram as vivências e as experiências de praticantes de religiões de matrizes africanas. Nesse contexto, houve uma hostilidade antes do evento, contra a própria equipe organizadora, que, ao coletar as inscrições presencialmente no campus, foi alvo de ataques motivados por intolerância religiosa. Esse cenário persistiu durante o evento, quando os palestrantes foram constrangidos por abordagens preconceituosas, imbricadas no racismo estrutural. Desse modo, espera-se que essa cartilha atinja não só a comunidade acadêmica do campus Professor Barros Araújo, como também toda a sociedade picoense, pois é cediço que os comportamentos no ambiente universitário são apenas um reflexo da postura colonial enraizada nas instituições sociais piauienses.