Entre verdades e memórias jornalísticas sobre a pandemia da Covid-19
Sinopse
A obra tem como objetivo geral compreender como o jornalismo se coloca como um lugar de verdade e de memória sobre a pandemia da Covid-19 a partir do Consórcio de Veículos de Imprensa (CVI). Para tanto, adotamos como objetivos específicos investigar as relações coercitivas que provocaram a criação do CVI; mapear as notícias publicadas nos veículos do CVI, G1 e Folha de São Paulo, no período de junho a dezembro de 2020; identificar as estratégias utilizadas nas narrativas jornalísticas que constituem um lugar de verdade sobre a pandemia da Covid-19 a partir do CVI; analisar os regimes de verdade que regulamentaram as narrativas sobre a pandemia da Covid-19 por meio do CVI e verificar como o jornalismo faz uso da memória de si e se coloca como um lugar de memória para se fortalecer como um lugar de verdade. Diante disso, o nosso embasamento teórico se deu a partir dos estudos realizados por autores como Foucault (1996, 1982, 2014), Nietzsche (1977), Rêgo (2012, 2014, 2015, 2020), Halbwachs (1990), Palacios (2010), Barbosa (2004), Nora (1993), Ferreira (2016) e Oliveira (2016). Para os procedimentos metodológicos, utilizamos dois tipos de pesquisa: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. Para analisar o material encontrado, utilizamos o mecanismo de busca dos sites com a palavras-chave ‘Consórcio de Veículos de Imprensa’ e empregamos as abordagens quanti-qualitativa e categorial, orientadas pelo nosso referencial teórico-metodológico. Na obra, procuramos discorrer sobre os regimes de verdade presentes no jornalismo brasileiro durante a pandemia da Covid-19, problematizando a ligação entre o jornalismo e a verdade. Apresentamos também as razões coercitivas que fizeram com que o Consórcio de Veículos de Imprensa fosse criado. Ademais, explanamos sobre as estratégias narrativas utilizadas pelo Consórcio para estabelecer o seu lugar de verdade e, por fim, analisamos como se deu a construção de memórias sobre o período e uso da memória de si pelo jornalismo através das notícias publicadas. Observamos que a atuação do consórcio no período analisado se voltou para o combate à desinformação, para a manutenção da circulação de notícias sobre o tema e para uma vigilância do avanço da pandemia no país e, em grandes potências e países mais próximos do Brasil. O Consórcio se portou com um detalhamento de dados quase onipresente e com uma produção de memória e arquivos para as gerações futuras entenderem o período.