Educação Popular em Movimento: 30 anos dos Cursos de Formação de Educadores Educadoras Populares do Nordeste
Sinopse
Esta obra organizada pelo Núcleo de Estudos, Extensão e Pesquisas Educacionais -NEEPE/UESPI, pela Escola Quilombo dos Palmares - EQUIP e pela Rede de Educadoras/es Populares do Nordeste, apresenta textos resultado de um longo processo de sistematização dos 30 anos do Cursos de Educadores/as Populares. Textos que tratam sobre as Educação Popular como concepção, opção política e metodológica e sobre as consequências do trabalho formativo para a vida dos movimentos sociais populares e para a vida das/os educadoras/es participantes do processo. Neles podemos ler, sentir e ouvir as muitas formas de interação, compartilhamentos, solidariedade e a produção coletiva do conhecimento a partir do chão do Nordeste brasileiro.
Os resultados apresentados nos textos nos indicam que só uma educação transformadora é capaz de produzir efeitos significativos na vida de quem participou dos cursos, na vida dos movimentos, na comunidade e na articulação em rede. Nos indicam, ainda, que é possível, pensar na educação popular como ferramenta que contribui para a reinvenção da emancipação social a partir das transformações que já conseguimos com o desenvolvimento social, econômica, cultural e educacional do Nordeste a partir da construção de uma outra imagem da região. Essa região não é mais aquele da cultura da “seca”, apesar da fome e da miséria que, ainda, persiste.
As transformações que ocorreram, percebidas nos relatos trazidos aqui, refletem um processo educativo que envolvia momentos presenciais, programados, na ação de rua, no intercâmbio, centralizados e descentralizados que além de provocarem mudanças individuais e coletivas, resultaram, também, em produção de livros, cartilhas, panfletos, relatórios, folderes, vídeos, dentre outros materiais.
A Educação Popular possibilitou a criação de comunidades, laços entre pessoas, movimentos, sentimento de pertencimento. Favorecidos pelo corpo teórico-metodológico: celebrações, processos de análise e de construção coletiva de saberes, atividades culturais fizeram emergir as artes e as/os artistas. Tal trajetória é visível nas respostas aos desafios à realidade nordestina e brasileira, na participação e efetivação das políticas públicas para o semiárido, para a agricultura familiar, agroecológica e orgânica - no campo e na cidade - para as mulheres, para os grupos LGBTQIA+, contra o racismo, o machismo e a homofobia.