Incentivo à redução de cesáreas eletivas e humanização do parto

A elaboração dessa cartilha tem como objetivo sensibilizar e disseminar conhecimentos relacionados ao Parto Via Vaginal e de seus benefícios, bem como incentivar a redução de cesáreas eletivas e destacar a importância da humanização do parto. 

O século XXI tem sido caracterizado por uma cultura de cesáreas eletivas, em que o protagonismo do parto é transferido da mulher para tecnologias invasivas, muitas vezes sem o conhecimento adequado sobre as reais indicações desse procedimento e as alternativas oferecidas pelo parto vaginal. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que a taxa de cesáreas recomendada para assegurar a saúde materna e neonatal é de até 15%, visto que estão intimamente ligados aos índices de morbimortalidade e óbitos maternos e neonatais. Nesse sentido, o Brasil apresenta uma realidade contrastante, com índices de partos cesáreos concentrados entre 50 a 88%, sendo, fundamental incentivar a redução das cesáreas eletivas e promover o empoderamento para o parto natural como estratégias para melhorar a saúde materno-infantil. Além disso, o Estado do Piauí e o município de Floriano apresentam taxas de partos cesáreos, respectivamente, de 72,52% e 62,51%, evidenciando a ascensão das tecnologias invasivas e o reflexo da falta de informação adequada para as gestantes e seus familiares, bem como a prevalência de práticas obstétricas que nem sempre priorizam a fisiologia do parto normal. É válido ressaltar, que a cesariana é extremamente essencial quando há indicação clínica, em contrapartida, se realizada sem critério clínico pode acarretar riscos maternos e neonatais a curto e/ou longo prazo, maiores chances de complicações cirúrgicas, prematuridade e dificuldades no puerpério como recuperação prolongada e início da amamentação. Nesse sentido, é crucial uma assistência de saúde que enfatize os tipos de partos, suas indicações, benefícios e riscos e os direitos da gestante. Assim, deve ser assegurado o acesso ao plano e a humanização do parto, centrado no protagonismo da mulher, respeitando à fisiologia do nascimento, promovendo melhores desfechos físicos e emocionais. Considerando esses aspectos, a cartilha será uma ferramenta educativa destinada a promover informações as gestantes, familiares e profissionais de saúde sobre os riscos das cesáreas eletivas desnecessárias, promover o parto normal como uma prática segura, respeitosa e baseada em evidências científicas e incentivar práticas de humanização que priorizem o bem-estar materno e neonatal, como o respeito ao plano de parto, o apoio emocional e a presença de acompanhantes escolhidos pela gestante.