Protocolo de Prevenção de Lesão por Pressão
Sinopse
A lesão por pressão (LPP) é uma condição prevenível que se caracteriza por dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea, devido à pressão ou à combinação de pressão com cisalhamento. Sua prevenção exige conhecimento sobre classificações, fatores de risco, avaliação clínica e aplicação de protocolos padronizados. As classificações de LPP variam conforme a gravidade: estágio 1 (eritema não branqueável), estágio 2 (perda parcial da pele), estágio 3 (perda total da pele com exposição de tecido adiposo) e estágio 4 (exposição de músculos, ossos ou estruturas de suporte). Há ainda lesões não estadiáveis e lesões tissulares profundas. Os fatores de risco incluem mobilidade reduzida, imobilidade prolongada, idade avançada, desnutrição, incontinência urinária ou fecal, perfusão inadequada e doenças crônicas. A população em risco compreende pacientes hospitalizados, idosos institucionalizados, pessoas com lesões medulares, indivíduos em pós-operatório prolongado e recém-nascidos críticos. A avaliação do risco é essencial para orientar medidas preventivas. A Escala de Braden é amplamente utilizada em adultos e avalia seis domínios: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção/cisalhamento. Já a Escala de Braden Q é adaptada para pediatria, incluindo fatores relacionados ao uso de dispositivos terapêuticos. O risco pode ser classificado em alto, moderado ou baixo, direcionando intervenções conforme a necessidade. O protocolo de prevenção de LPP abrange medidas como inspeção diária da pele, mudança de decúbito a cada 2 horas, uso de colchões e coxins especiais, manutenção da pele limpa e seca, hidratação adequada, otimização nutricional, educação da equipe e envolvimento da família. A documentação contínua no prontuário é parte fundamental do processo. Para identificar um paciente com LPP é necessário observar sinais precoces como áreas de vermelhidão persistente, alteração da temperatura ou consistência da pele e queixas de dor ou desconforto em regiões de pressão. O reconhecimento precoce aumenta a eficácia da intervenção. As responsabilidades são compartilhadas entre a equipe multiprofissional. O enfermeiro realiza avaliação de risco e coordena cuidados, enquanto técnicos de enfermagem atuam na higiene e mobilização. Médicos e nutricionistas avaliam fatores clínicos e nutricionais, fisioterapeutas promovem mobilidade e a gestão hospitalar assegura recursos e capacitação. A prevenção da LPP depende da integração entre avaliação criteriosa, protocolos estruturados e atuação multiprofissional, garantindo segurança e qualidade da assistência.